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Neste artigo, Marcos Françóia explica como a governança tributária e o compliance se tornam pilares estratégicos no novo modelo fiscal brasileiro.

Por Marcos Françóia – MBF Partners

A Reforma Tributária está avançando, e junto com ela vem uma nova forma de pensar gestão, controle e responsabilidade fiscal dentro das empresas brasileiras. Muito se fala sobre simplificação, modernização e eficiência, mas, na prática, o que realmente muda para empresários, gestores e profissionais que precisam manter seus negócios competitivos e seguros?

A verdade é que estamos entrando em um ambiente onde a governança tributária deixa de ser diferencial para se tornar condição básica de sobrevivência. A implementação do IBS, da CBS e do modelo dual trará um sistema mais transparente, porém muito mais automatizado, integrado e intolerante a falhas.

O fim da improvisação fiscal

Durante décadas, empresas brasileiras, especialmente as pequenas e médias conviveram com um sistema complexo que, muitas vezes, permitia ajustes, manobras, parcelamentos e o famoso “jeitinho brasileiro”. Isso não existe mais.

Com a integração digital das administrações tributárias, cruzamentos automáticos e cobrança na “origem” da transação, a margem de erro diminui drasticamente. E, quando há erro, ele aparece na hora não mais anos depois, quando já gerou passivo, juros e dores de cabeça.

Compliance tributário passa a ser estratégia, não burocracia

Governança tributária não significa apenas pagar imposto. Significa:

  • Controlar riscos com precisão;
  • Padronizar processos;
  • Saber justificar cada crédito e cada débito;
  • Integrar setores que antes mal conversavam;
  • Acompanhar atualizações legais em tempo real;
  • Ajustar preços, contratos e estoques com base na nova lógica fiscal.

Empresas que não fizerem isso vão enfrentar um ambiente hostil: autuações instantâneas, bloqueio de créditos, inconsistências automáticas e perda de competitividade.

Transparência: da teoria para a prática

A reforma tem como premissa facilitar o entendimento do sistema tributário. No papel, isso é ótimo. Mas, na prática, significa também que a transparência valerá para todos os lados: o governo terá mais clareza, mais dados e mais capacidade de identificar incongruências.

Ou seja: não haverá espaço para incerteza, achismo ou decisões sem lastro técnico.

Um novo comportamento empresarial

O empresário brasileiro está sendo chamado a amadurecer tributariamente. Isso envolve:

  • Investir em governança; aqui traduzida para muitos como organização interna de informações;
  • Ter equipes capacitadas ou consultorias especializadas;
  • Criar cultura de compliance;
  • Planejar e não apenas reagir.

A reforma não exige apenas tecnologia. Exige mentalidade nova.

Conclusão: quem se prepara lidera, quem não se adapta fica pelo caminho

A Reforma Tributária não é apenas uma mudança de regras. É uma mudança de paradigma. Empresas que enxergarem esse movimento como oportunidade sairão na frente: ganharão segurança, previsibilidade e poderão competir em mercados mais exigentes.

Já aquelas que insistirem em modelos ultrapassados enfrentarão um cenário cada vez menos tolerante ao improviso.

No novo modelo fiscal brasileiro, governança tributária deixa de ser uma escolha e se torna um pilar estratégico.