
O seu Portal de Artigos Detalhados sobre o Agronegócio
Essa é uma republicação de um artigo da MBF Agribusiness. antigo mas não obsoleto.
O segmento sucroenergético está atravessando uma das piores crises da história, não somente fora de suas porteiras, mas principalmente internamente. “Muito se fala da questão de mudar a forma de gerir o setor sucroenergético, com uma governança mais efetiva e profissional. Mas infelizmente a crise econômica desvia qualquer atenção em relação a esse assunto.
Quem tem ânimo para mudar, investindo em qualidade e controles, não sabe se viverá o dia de amanhã. Para aqueles que conseguem caminhar com a mudança em paralelo, tem que haver um trabalho sério de investimento em controles.
Conhecer os números da empresa e planejar a longo prazo é uma grande deficiência do setor, que precisa ser mudada”, ressalta Marcos Françóia, diretor da MBF Agribusiness. Ele acredita que deva haver uma ação muito forte, com a interferência do governo, para reescalonar o endividamento do setor. “Seja com instituições financeiras ou com o próprio governo federal, que é um dos maiores credores e fomentador dessa dívida gerada”.
A analista de Agronegócios do banco Itaú BBA, Giovana Araújo, disse recentemente que o fato do preço da gasolina no Brasil estar em média, 15% menor que o praticado no mercado internacional é um dos principais fatores de comprometimento da rentabilidade do setor de açúcar e etanol no país.
Ela avaliou ainda que o estabelecimento da paridade entre as cotações interna e externa da gasolina poderia ser adotada pelo governo federal como medida de curto prazo. Ainda defendeu o aumento da Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina, hoje em R$ 0,22 por litro. Para Françóia, o governo está flexibilizando, só que não consegue concertar os erros de uma hora para a outra.
Ele acredita que o mercado de etanol irá se regularizar ao longo do tempo, pois o governo federal não poderá mais segurar o preço da gasolina. “O consumo do etanol está aumentado, em parte pela defasagem diminuída e, julgo eu, grande parte pelo fato da imagem negativa da Petrobras”, lembra.
O consultor admite que há boa vontade por parte das instituições financeiras em ouvir mais o setor e tentar flexibilizar as dívidas. Porém a exigência de mais garantias e taxas ainda altas, têm inviabilizado os acordos. “Infelizmente a recuperação judicial continuará a ser um desvio de rota na gestão, para se tentar fôlego. Porém se nada for feito, também não será uma solução.
Não há como um plano de recuperação judicial dar certo se o mercado afunda cada vez mais. Se não houver uma intervenção do governo e uma flexibilização maior dos credores, a parte endividada do setor tende a sucumbir. Intervir é exigir regras de governança e acompanhar os resultados das empresas”, frisa.
Para se conduzir um processo com eficiência é preciso, na opinião de Françóia, em primeiro lugar realizar um diagnóstico efetivo e sério da empresa, por quem realmente conhece o setor. “Temos visto consultorias cometer grandes falhas nas projeções, induzindo bancos e devedor a erros de decisão. Também é preciso ter uma conversa prévia com os bancos, na tentativa de um acordo extrajudicial, visto que estão mais abertos a conversar”, explica.
A presidente da Unica, Elizabeth Farina, declarou recentemente em um evento em São Paulo que as políticas públicas devem destacar o efeito dos combustíveis fósseis na matriz energética, e o setor precisa ter maior cooperação entre os países produtores e consumidores para o estabelecimento do etanol como commodity internacional.
Para o diretor da MBF Agribusiness, Marcos Françóia, é necessário resolver os problemas internos da usina, e em paralelo caminhar rumo ao mercado internacional, mas é preciso uma liderança efetiva e cooperação da cadeia produtiva. “Os dois devem caminhar em paralelo.
Fala-se em cooperação entre países, união para discutir a importância dos biocombustíveis, e entre outras coisas, mas não vejo algo concreto sendo feito neste sentido.
Não temos uma liderança efetiva, que tenha o apoio da grande maioria dos envolvidos na cadeia produtiva. Internamente ainda há uma disputa de poder entre as instituições e uma disputa de braço com o governo. Essa segunda parece estar afrouxando, mas ainda depende de muita conversa e insistência por parte das lideranças do setor”, afirma.
Fornalha da caldeira abandonada:
realidade atual do setor sucroenergético.
Marcos Françóia: “Crise política devia os olhos do primeiro mundo quanto à participação do Brasil na matriz energética”.
Para convencer o mercado internacional de que o segmento é produtivo e sustentável operacionalmente e economicamente, não será fácil, na opinião do consultor. “As notícias que estão na mídia não animam os investidores.
Enquanto não tivermos uma liderança que tenha o apoio da cadeia produtiva e converse, sem bloqueios, com o governo, não poderemos sonhar e conquistar o mercado internacional”, declara.
Ele ainda aponta a crise como um empecilho para ajudar o segmento a crescer, dentro e fora do Brasil. “Para ajudar, o país vive uma crise política sem precedentes e que não sabemos para onde pode culminar. Isso também devia os olhos do primeiro mundo em relação à participação do Brasil na matriz energética.
Infelizmente nossos governantes não têm no momento, credibilidade para falar, apresentar, impor ou mesmo negociar”, revela. Sobre a declaração da ministra da Agricultura, Kátia Abreu “de que é preciso maior segurança jurídica e um planejamento estratégico, levando em consideração que o etanol está presente na matriz energética”, o executivo afirma que concorda, porém admite que o setor e o governo não passam confiança, por isso, fica difícil caminhar.
Publicação Original: Sexta-feira, 24 de julho de 2015.
Publicação de Andreia Moreno. Atuou no Atualize MBF – que atinge empresas e usinas do segmento sucroenergético dentro e fora do país.
‘Se quiser viver uma vida feliz, amarre-se a uma meta, não às pessoas nem às coisas.
Albert Einstein
A MBF Partners é formada pelas empresas MBF Agribusiness, RF- Risco Calculado e I9 Organização e Gestão Contábil. A primeira empresa surgiu em 1993, dando apoio às decisões de investimentos, análises mercadológicas, auditorias e na gestão de empresas utilizando um amplo e especializado corpo técnico.
Rua Guerino Giovanini, 255 – Jardim Lopes da Silva, Sertãozinho – SP, 14169-014
CONTATOS
Fone: 16 3946.6474
E-mail: mbf@mbfagribusiness.com
Whatsapp: 16 99287.5465
Responsável pela Segurança de Dados Pessoais: Marlon Dias E-mail: dados@mbfagribusiness.com