Notícias sobre a volta do crédito ao setor sucroalcooleiro começam a reaparecer, como mostram as matérias veiculadas em nosso boletim diário, o Atualize MBF, e que estão replicadas após este texto. A MBF vem dar credibilidade a estas notícias, informando que o assunto é verídico e o “crédito” está realmente voltando, sob a forma de empréstimo e/ou participações societárias. Os fundos internacionais, antigos apostadores do setor, e que vem aumentando seus conhecimentos agroindustriais, voltam a disponibilizar recursos, em grande monta, para novos negócios, seja na linha de empréstimos, fusões, aquisições e até mesmo implantação de novas unidades. Grandes grupos econômicos continuam investindo pesadamente no setor sucroenergético, como LDC e Cosan, além de outros que se iniciam no setor, sinalizando a aquisição de projetos novos ou em andamento. Fortalecendo ainda mais essa tendência, se verifica que há grupos adquirindo distribuidoras de combustíveis e o inverso também acontece, como é o caso da Petrobrás, que deverá implantar ou adquirir indústrias de etanol. Paralelamente a todo esse avanço, a MBF amplia o apoio técnico necessário para diagnosticar os “nichos” de mercado, apontando os potenciais tomadores desses recursos, acompanhando, pelo lado do investidor, as aplicações dos recursos tomados e, por outro lado, auxiliando os produtores nos controles de custos e análises de investimentos. Devido ao trabalho de análise de crédito, que se utiliza do “MBF SCORE” para classificar as unidades e com todo o seu banco de dados sobre o setor, a MBF continua sendo a central de informações quando o assunto é crédito, inclusive com consultas de outras empresas ligadas ao setor, tal como as indústrias de base. Todo esse trabalho é direcionado para posionar ambas as partes sobre os resultados realizados, mas é principalmente, voltado os futuros resultados, onde cada coeficiente técnico é analisado, facilitando a elaboração do planejamento orçamentário das unidades monitoradas. Outros fundos nacionais, que também utilizam os serviços da MBF, estão em fase final de captações para liberação de novos recursos, com taxas mais atrativas para o momento, e a MBF participará da escolha das unidades que receberão estes montantes e também no monitoramento periódico. Conclui-se que o crédito está voltando, mas devido ao momento crítico do setor e do mundo, novas liberações e prorrogações deverão ocorrer de forma mais criteriosa e com acompanhamento mais próximo, visando reduzir riscos e surpresas desagradáveis.
Fundos começam a retomar investimento no setor agrícola
Folha de São Paulo – 03/06/2009
Fundos de “private equity” estão retornando ao setor agrícola do Brasil após meses de investimentos congelados devido à crise global, informou a gestora de ativos Brascan Brasil, unidade da canadense Brookfield. O diretor-executivo da Brascan, Luis Idelfonso Simões Lopes, afirma que os investidores estão mais seletivos e interessados em barganhas, tanto em terra quanto em operações industriais. A maior parte dos novos investidores deu início a projetos de “greenfield”, principalmente para criar pólos de produção centralizados, normalmente com mais de uma usina e acesso a espaço para maior expansão.
Copersucar recebe aporte de R$ 140 milhões
DCI – 15/05/2009
A Ferrari Agroindústria S.A., de Pirassununga, tornase acionista da Copersucar S.A. e investe R$ 140 milhões para aumentar a capacidade de moagem de 1,8 milhão de toneladas, para 2,5 milhões já na atual safra 2009/2010. Serão produzidas cerca de 140 mil toneladas de açúcar e 94 milhões de litros de etanol. A Ferrari inicia, também neste mês, a co-geração de 45 MW/h de energia, com venda do excedente de 30 MW/h, equivalente a 130 mil MW/h por safra. Com esta nova associada, a Copersucar contabiliza 34 unidades produtoras localizadas em São Paulo, Paraná e Minas Gerais.
O desembarque da Shell na cana
IstoÉ Dinheiro – 16/05/2009
A Shell vai desembarcar no etanol. A gigante do petróleo pretende comprar usinas e tem feito contato com vários players do setor, não apenas a Cosan. Dias atrás, o CEO Jereoen van der Veer declarou que o futuro dos combustíveis passa pelo etanol e não pelos carros elétricos. Se a Shell vier mesmo, será o início da consolidação no etanol, com a venda de usinas a petroleiras globais.
Louis Dreyfus fecha com Santelisa Vale
Gazeta Mercantil – 07/04/2009
Acionistas da Santelisa Vale aprovaram ontem a venda de uma participação acionária à multinacional francesa Louis Dreyfus Commodities (LDC). Os grupos, que juntos terão capacidade de processar perto de 40 milhões de toneladas de cana, deverão anunciar detalhes do negócio ainda hoje. A operação deve contar com aporte de capital da BNDESPar, que já tem 7% da empresa. Luiz Biagi, principal acionista da Santelisa Vale, não informou qual será a nova composição acionária da companhia. Inicialmente, a LDC pretendia assumir 60% do capital da Santelisa Vale. Mas membros das famílias Biagi e Junqueira, que não queriam perder o controle do grupo, acenaram com a venda de uma participação de 40% da companhia à LCD, mantendo em mãos outros 40% e cedendo 20% para a BNDESPar.
Cosan compra Nova América
Veja – 13/03/2009
A Cosan acaba de comprar o Nova América, um dos maiores grupos do setor sucroalcooloeiro do país, dono do tradicionalíssimo Açúcar União, líder no mercado brasileiro. Com a aquisição, a Cosan acrescenta 10,6 milhões de toneladas anuais à sua capacidade de 60 milhões de toneladas anuais. As negociações entre Cosan e Nova América começaram no final do ano passado. Eram dois gigantes conversando, mas um deles de perna quebrada: o Nova América, apesar do tamanho, de boas marcas no portfólio e da liderança em alguns mercados, estava afogada em dívidas. Incluindo os financiamentos com o BNDES, devia 1,1 bilhão de reais. Em paralelo à compra, a Cosan já está renegociando o passivo com os bancos credores. Pelo que está sendo acordado, a Cosan começa a quitar as pendências em 2014. Em menos de um ano é a segunda grande tacada da Cosan, comandada pelo polêmico Rubens Ometto: em abril de 2008, Ometto comprou as operações da Esso no Brasil por 826 milhões de dólares.
Mais um projeto
Isto É Dinheiro – 13/04/2009
O empresário Eduardo Pereira de Carvalho, que presidiu a Unica, entidade de classe do setor sucroalcooleiro, e ajudou a montar a ETH para a Odebrecht, já está estruturando um novo megaprojeto de etanol no Brasil. Desta vez, para investidores internacionais.
Crystalsev vende fatia de projeto de biodiesel à Amyris
DCI – 29/05/2009 As companhias estrangeiras voltam a avançar sobre o setor sucroalcooleiro. Apesar de o governo brasileiro afirmar que irá incentivar fusões e aquisições nesse segmento são as multinacionais quem estão reaquecendo o mercado. A negociação mais recente foi comandada pela empresa americana de tecnologia Amyris que acaba de adquirir parte da trading brasileira Crystalsev na joint venture formada há um ano pelas duas companhias para o projeto pioneiro de produção de diesel renovável a partir da cana-de-açúcar no País. A Crystalsev é controlada da Santelisa Vale, que no mês passado já havia vendido parte dos ativos à francesa Louis Dreyfus Commodities (LDC). Apesar das empresas não terem revelado os valores da operação já se sabe que a produção diária inicial de diesel, que é de 300 litros, deve chegará a 5 mil litros, a partir de junho com a inauguração prevista de uma unidade de demonstração. A Amyris iniciou, há cerca de um mês, a produção experimental de diesel na unidade instalada no município de Campinas, em São Paulo.
Glencore vai operar ativos da Agrenco
Gazeta Mercantil – 27/05/2009 Credores da Agrenco decidiram ontem que a trading multinacional Glencore Importadora e Exportadora será a operadora estratégica de ativos da companhia no Brasil, de acordo com um comunicado enviado ao mercado. Algumas atividades da Agrenco incluem operações de originação e exportação de soja e processamento da oleaginosa, além de atividades em logística. Mas o comunicado não esclarece quais operações da Agrenco passarão a ser operadas pela Glencore, que já conta com forte atuação no agronegócio brasileiro. Desde meados de 2008, empresas de agribusiness, como a Louis Dreyfus, buscam assumir o controle da Agrenco, que passa por dificuldades financeiras. Informações na mídia indicam que a dívida da Agrenco soma 1,2 bilhão de reais. Ainda durante a Assembléia Geral dos Credores nesta terça, foi decidida a venda da fábrica de biodiesel de Marialva (PR) para a empresa BSBIOS Indústria e Comércio de Biodiesel Sul Brasil.