apesar dos impostos, consegue chegar ao país, com preços mais favoráveis.
Mascarim também apontou outro problema: “O Brasil precisa aprender a fazer as coisas”. Ele afirma que a boa parte da indústria nacional não consegue produzir usando recursos disponíveis integralmente no país. Como exemplo, ele falou sobre a indústria automobilística. “Em 40 anos que o Brasil tem a produção de carros – que começou no tempo do Jucelino, quando ele abriu o mercado para as montadoras – a nacionalização da produção é até hoje de 60%.”
Uma explicação para que isso ocorra é que, ainda é mais barato trazer peças de fora para fabricar o produto final, o que barateia a mercadoria e aumenta a competitividade.
A realidade vivida pela indústria é também causada pela altíssima carga tributária, auxiliada pelos custos com mão de obra.
Investimento – Um dos resultados dos problemas vividos pelo setor foi a chegada – ainda mais forte – dos investidores estrangeiros. Tarcísio Mascarim crê que ”todo investimento é bem vindo. Se for para fazer a produção aqui no Brasil devemos aceitar, porque ele pode dar um impacto muito grande no emprego. O que não pode é o dinheiro que vem para especulação financeira. O dinheiro que vem para investimento temos que adotar e agradecer. O setor pode crescer muito com esses grandes grupos vindos paracá, pois assim dá confiabilidade e condições de poder exportar também. Usinas individuais haverão poucas… elas serão absorvidas por esses grandes grupos. E aí vamos transformar o álcool numa commodity, tal como o açúcar é. Ai o Brasil vai para frente!”
Nesta temporada, o Centro-Sul terá uma entressafra um pouco mais longa do que o normal, porém, segundo Mascarim, não haverá reformas além das tradicionais, que anualmente são necessárias na parte da indústria. Os investimentos estão sendo direcionados, especialmente, para a renovação e expansão dos canaviais. E Tarcísio Mascarim acredita que o setor precisa se unir “Unica, Ceise, FIESP, para fazer continuar aquilo que começou em 2008 e parou, ou seja, a expansão…. atingir um bilhão de toneladas de cana, para poder aí ter etanol. Sem cana não se faz nada.”
O executivo afirmou que “terra tem, muita gente alega que não, que vai diminuir a plantação de alimentos. O Brasil tem área para alimentos, pasto, tudo. A cana tem hoje sete milhões de hectares, quase nada perto da área do Brasil.”