Uma expressão muito utilizada no mundo corporativo é o turnaround, que significa mudar substancialmente o desempenho de uma empresa, ao retirá-la de uma rota de declínio para colocá-la, novamente, em crescimento. Mas o redirecionamento para a obtenção de resultados positivos, de maneira sustentável, surge a partir de uma série de medidas realizadas na estrutura operacional das empresas, que possibilitem uma maior margem em seus produtos, inclusive a readequação da relação Capital Próprio X Capital de Terceiros. Para Marcos Françóia, diretor da MBF, as empresas precisam controlar esse indicador de capital de terceiros e saber como está onerando o resultado econômico. “Para muitas empresas o custo financeiro já virou parte do custo do produto final e não é mais conhecido, pois o risco de mercado eleva o valor dos serviços e da matéria-prima na aquisição dos mesmos e muitos gestores ou áreas de suprimentos não estão preparados para tratar adequadamente esse assunto. Mas isso só não resolve a situação econômica das empresas. É preciso rever o processo produtivo, verificar a possibilidade de redução de custos, tratar da renegociação das dívidas, reorganizar os controles internos e readequar o papel da contabilidade dentro da gestão (muitos escritórios ainda são meramente emissores de guias de impostos)”, diz.
De acordo com ele, muitas vezes essa mudança necessita de um olhar crítico externo, separando a emoção da razão e trazendo ferramentas e relacionamentos diferenciados com o mercado. “Isso tudo pode mudar a visão sobre a qualidade da gestão e dos gestores, trazendo maior credibilidade para as empresas e, com isso, ter acesso mais fácil e mais barato ao mercado de capitais, inclusive na renegociação do endividamento atual, que tem sufocado muitas empresas”.